terça-feira, 20 de junho de 2017

Venice bans new hotels as tourist crackdown continues / Roma, cidade abandonada


Venice bans new hotels as tourist crackdown continues

No more tourist accommodation for the city

JULIA BUCKLEY
Friday 9 June 2017 09:55 BST

Another week, another crackdown on tourism from the powers that be in Venice. After banning kebab shops and introducing plans to restrict entry to Piazza San Marco, city authorities have approved plans to ban new hotels from opening in La Serenissima.

The ban – expected to be confirmed this week – will prevent developers from converting buildings into tourist accommodation (whether hotels or B&Bs), or making extensions to those already in existence. Instead, applications will have to be made on a case-by-case basis.

 “The situation is fairly weighty,” Massimiliano De Martin, the assessor, told local paper Corriere del Veneto. “It is a key resolution for our mandate, and puts us in line with Unesco policy.” In the historic centre, he added, there are already 25,400 rooms for rent.

It’s a bold move for the city, which in recent years has seen major conversion projects bringing global brands to the city. 2015 saw the opening of the JW Marriott, based in a former hospital on its own private island. Before that, Aman took up residence in a (formerly residential) renaissance palazzo on the Grand Canal, and Hilton converted the former Stucky flour mill into the city’s largest hotel. Even local brand the Bauer has converted a Palladio-designed convent into a hotel, Bauer Il Palladio.

However, the plans are not expected to cover the islands beyond the city centre – meaning that places such as Giudecca, the Lido and as-yet-unconverted private islands will be the only way forward for new hotels to open.

The ruling does not include private rentals such as Airbnb, which are increasingly controversial in a city which is haemorrhaging locals. It is thought that a separate ruling may be devised for them.

One Venetian resident told The Independent: “I think we need to find different solutions and not keep on building hotels. We need proper discussions about how to accommodate tourists year-round, and more real information about the city in the world at large.”


Unesco is expected to call a moratorium next month over adding Venice to its “at risk” list, where it would join the likes of Aleppo and Damascus. The city’s fate will be discussed in July by the World Heritage Committee.

Roma, cidade abandonada
António Freitas de Sousa

Um conjunto de cidadãos, associações e comités subscreveu um manifesto em que acusam a presidente da autarquia, Virginia Raggi (do Movimento 5 Estrelas), de total incompetência. O partido pode pagar caro a prestação de uma das suas estrelas.

Um ano após o triunfo histórico de Virginia Raggi, do Movimento 5 Estrelas (M5S), como presidente da câmara da capital da Itália, Roma, a 19 de junho de 2016, um alargado conjunto de associações e comités decidiu subscrever um documento a que chamaram ‘Manifesto pela Dignidade”, onde acusam a autarca de ter abandonado a cidade.

Raggi foi eleita com 68% dos votos expressos, praticamente a mesma percentagem de romanos que atualmente criticam a sua gestão. O jornal ‘República’ publicou uma sondagem que refere que 70% dos habitantes de Roma consideram a prestação de Raggi um verdadeiro desastre e que apenas 16,7% dos romanos voltaria hoje a votar nela.

Os assinantes do manifesto queixam de que Roma se transformou num verdadeiro caos, com uma trânsito impossível, os transportes públicos sem qualquer eficácia, um nível de serviços do terceiro mundo e toneladas de lixo ao abandono pelas ruas. Segundo o jornal, Virginia Raggi desperdiçou o seu enorme capital político inicial depois de cometer uma série interminável de erros e gafes “inacreditáveis”.

Como dificilmente podia deixar de ser em Itália, a corrupção também ajudou ao caos: um vice do seu gabinete foi preso por alegadamente participar num esquema ilegal e Raggi rapidamente sucumbiu à forte luta interna no M5S que a partir daí foi despoletada.

Segundo relatos da imprensa, quase 40% dos autocarros públicos e das carriagens do metro, permanecem avariados todos os dias; ao mesmo tempo, há bairros residenciais que chegam a estar mais de 20 dias sem recolha dos detritos domésticos – de que resultou a extraordinária proliferação de ratos, mosquitos, gaivotas e insetos de toda a ordem. Raposas e javalis, segundo esses relatos, também já foram vistos no interior do perímetro urbano. As más condições das ruas parecem ser as principais responsáveis por uma média de 12 acidentes por dia. Finalmente, a segurança deixa muito a desejar. É por tudo isto, queixam-se os subscritores do manifesto que se percebe porque é que a candidatura de Roma à organização dos Jogos Olímpicos de 2024 foi liminarmente rejeitada.

No meio disto tudo, a prestação de Virginia Raggi pode ser um forte entrave político ao crescimento do partido lançado em 2009 pelo comediante Beppe Grillo – que desde essa altura tem vindo a apresentar fortes crescimentos em todas as frentes eleitorais. A oposição a Raggi não se cansa de aproveitar o descalabro para lembrar que o populismo do M5S nunca será uma alternativa: uma coisa é brincar, outra é a realidade.

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