terça-feira, 18 de agosto de 2015

Imigração “vai ocupar-nos mais do que a Grécia”


Imigração “vai ocupar-nos mais do que a Grécia”

A questão do asilo “poderá ser o próximo projecto europeu onde veremos se somos verdadeiramente capazes de agir de forma conjunta”, disse a chanceler alemã, Angela Merkel, numa entrevista. E vai ocupar “mais” os europeus do que “a Grécia ou a estabilidade do euro”.
A União Europeia confronta uma crise com milhares de refugiados de guerra como na Síria, a fugir de violência como na Nigéria, ou à procura de melhores oportunidades económicas como os que vêm da Albânia.
Ainda a semana passada o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados apelou a uma acção urgente da Europa, considerando que a actual vaga de migração é a mais grave crise desde a II Guerra Mundial, com mais de 60 milhões de deslocados por conflitos e crises políticas. A maioria dos refugiados do mundo está, no entanto, em países em desenvolvimento como o Paquistão. “A questão de saber como devemos agir com os migrantes (...) vai ocupar-nos bem mais do que a Grécia ou a estabilidade do euro”, disse a chefe de Governo alemã, numa entrevista à televisão pública ZDF, emitida no domingo.
“Necessitamos de uma política europeia comum em matéria de asilo”, disse Merkel, numa altura em que a Alemanha também tem sido “inundada” por pedidos de asilo, que podem chegar aos 600 mil este ano, um recorde.
Uma das medidas defendidas pela chanceler, foi criar uma lista de países “seguros”, onde não houvesse motivos para pedir estatuto de refugiado, abrindo assim caminho mais rápido para aqueles que vêm de países que estão sem dúvida em guerra, como a Síria ou o Afeganistão. A Alemanha tem muitos pedidos de países dos Balcãs.
Merkel — que indicou que vai discutir o tema com o Presidente francês, François Hollande — admitiu que a situação na Alemanha, onde os migrantes são alojados em tendas ou contentores, “não é nada satisfatória”.
Quando questionada sobre um aumento de ataques incendiários a centros para refugiados na Alemanha, Merkel disse que isso é “indigno do nosso país”. Desde o início do ano há registo de mais de 200 ataques em centros de acolhimento em toda a Alemanha
in PÚBLICO

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