sábado, 20 de junho de 2015

Marinho e Pinto está a transformar-se num “falso profeta”, acusa Eurico Figueiredo



Marinho e Pinto está a transformar-se num “falso profeta”, acusa Eurico Figueiredo

Fundador do PDR rompe, em público, com o presidente do partido que foi criado há menos de um ano e hoje elege dirigentes

Paulo Pena / 20-6-2015 / PÚBLICO

As eleições para o conselho nacional do PDR estão marcadas para hoje. Da primeira vez que foram tentadas, no congresso de Lisboa, em 24 de Maio, foram adiadas por não estarem “reunidas as condições necessárias para garantir um acto eleitoral isento”. O problema é que, passado quase um mês, as condições não parecem ter melhorado.
Quem o afirma é Eurico Figueiredo, um dos fundadores do partido — criado em 5 de Outubro de 2014 — e que retirou a sua candidatura numa das listas candidatas ao conselho nacional que se opõe à apoiada por Marinho. “Sem o menor respeito pela democracia dentro PDR, o senhor presidente está a transformar-se num ‘falso profeta’, a proporcionar a saída do PDR dos democratas que acreditaram em si, e a avançar inexoravelmente, de um partido que já é caudilhista, para um partido fascista.”

A acusação não é branda. Num texto colocado na sua página do Facebook, Figueiredo deixa um repto final a Marinho e Pinto: “Repita as eleições em condições de respeito pelas diferentes listas.” No entanto, não parece acreditar muito nessa possibilidade. “Conhecendo a sua falta de bom senso, espero, contudo que o Espírito Santo (do céu, e não da terra) o inspire.”
Na base das críticas de Figueiredo está o método da eleição, que prevê o voto por correspondência em termos que o ex-deputado considera não salvaguardarem o direito ao voto secreto. Se Marinho não der ouvidos a estas críticas, Figueiredo, que é um histórico ex-dirigente do PS que já apoiara publicamente a candidatura do ex-bastonário ao Parlamento Europeu pelo MPT, ameaça sair: “A iniciar-se esta transição, eu, que o acompanhei desde o início, do MPT até a criação de um novo partido, vou ser obrigado a denunciá-lo publicamente.” O PÚBLICO tentou, sem sucesso, ouvir Marinho e Pinto sobre estas críticas.

O PDR deverá eleger hoje o conselho nacional num congresso no qual votam os cerca de 1700 filiados inscritos até 24 de Maio, altura em que esta eleição foi adiada. O congresso decorre na sede do PDR, em Lisboa, e “só entram as pessoas que estavam inscritas nos cadernos eleitorais até 24 de Maio”, data da primeira assembleia geral do partido, avançou o presidente do PDR à Lusa. Marinho e Pinto referiu também que, depois de eleito, o conselho nacional vai designar a comissão política e o conselho jurisdicional do PDR. Ao conselho nacional concorrem duas listas: a lista A, encabeçada por Fernando Condesso, e a lista B, por Alexandre Almeida. Marinho e Pinto foi eleito presidente do PDR na primeira assembleia geral de filiados, que aprovou também a declaração de princípios e os estatutos do partido. A eleição do conselho nacional foi adiada por dúvidas nos cadernos eleitorais.

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