segunda-feira, 29 de junho de 2015

Câmara demarca-se de fecho de loja histórica. Município diz que “não tem conhecimento nem é suposto que tenha” de que o proprietário do espaço vai despejar a casa

Simultâneamente com o anúncio da intenção de implementar o programa “Lojas com História”, este, acompanhado com um levantamento “exaustivo” das mesmas lojas, a CML torna pública a sua “posição” sobre o caso Sant' Anna na Rua do Alecrim …
Ler o artigo que se segue da autoria de António Sérgio Rosa de Carvalho, publicado a 25-6-2015 no Público …
OVOODOCORVO

Câmara demarca-se de fecho de loja histórica

Município diz que “não tem conhecimento nem é suposto que tenha” de que o proprietário do espaço vai despejar a casa

Inês Boaventura / 30-6-2015 / PÚBLICO

A Câmara de Lisboa diz que “não tem conhecimento nem é suposto que tenha” de que o proprietário do prédio na Rua do Alecrim em cujo rés-do-chão funciona a loja da Fábrica de Sant’Anna tenha dado ordem de despejo à empresa, instalada no local há 99 anos, acrescentando que não tem competências nesta matéria.
A notícia do despejo, marcado para Outubro e motivado pela transformação do prédio num hotel, gerou uma onde de indignação e de solidariedade para com aquela que se apresenta como a “última grande fábrica de azulejos e faianças artesanais da Europa”.
Também a Junta de Freguesia da Misericórdia, presidida pelo PS, se pronunciou contra o fecho anunciado da loja, apelando ao promotor, o Grupo Visabeira, para que a integrasse no seu “projecto de requalificação do edificado”. Diferente parece ser a visão da câmara sobre o assunto.
Na sexta-feira, respondendo a perguntas feitas pelo PÚBLICO a 11 de Junho, o município informou que, “como é do conhecimento publico, a nova lei do arrendamento não atribui às câmaras municipais quaisquer competências na regulação dos arrendamentos comerciais entre particulares”. E acrescentou que o edifício em causa “integra o Inventário Municipal do Património”, mas a loja “não integra”.
Questionada sobre se a câmara tem conhecimento de que o proprietário se prepara para despejar a loja da Fábrica de Sant’Anna, a resposta, que não está assinada e foi enviada por correio electrónico pelo Departamento de Marca e Comunicação, foi esta: “Não tem, nem é suposto que tenha”.

“A proprietária do prédio submeteu à apreciação desta câmara um pedido de licenciamento para adaptação do edifício existente para o uso de turismo, aprovado por maioria na reunião de câmara de 17/12/2014, encontrando-se a aguardar a entrega dos projectos das especialidades”, diz o município.

Sem comentários: