quarta-feira, 25 de março de 2015

Tiro no Pé do PS / Carlos César e o aproveitamento político do caso BES


EDITORIAL / PÚBLICO
O aproveitamento político do caso BES
DIRECÇÃO EDITORIAL 24/03/2015 - PÚBLICO

A comissão de inquérito ao caso BES tem sido exemplar na forma como os deputados, de todas as cores políticas, têm conduzido os trabalhos, mostrando uma vontade genuína em descobrir o que provocou o colapso. Mas esta terça-feira os clientes do antigo BES acordaram com a notícia de que o presidente do PS prometia ressarcir os lesados do BES caso António Costa vença as eleições. Claro está que o CDS e o PSD não deixaram passar em branco as declarações de Carlos César e acusaram-no de fazer promessas "eleitoralistas" e "irresponsáveis". Foi um tiro no pé e Carlos César sentiu necessidade de corrigir o tiro: mais tarde veio dizer que "o Estado não pode […] libertar o Novo Banco desse encargo”. Ou seja, a responsabilidade afinal já não é do Estado, é do Novo Banco. É o que dá tentar fazer um aproveitamento político de um caso que está a ser tratado pelos deputados de uma forma sensata, fora do plano das questiúnculas partidárias.


Estado não pode desresponsabilizar-se perante lesados do BES, diz presidente do PS
Para o presidente do PS, "o Estado não pode, por isso, libertar o Novo Banco desse encargo e deve obrigá-lo a cumprir na íntegra"

Por jornal i com agência lusa
publicado em 24 Mar 2015

O presidente do PS afirmou hoje à agência Lusa que defende que o Estado não deve desresponsabilizar-se de proteger quem foi induzido em erro na aquisição de papel comercial do BES, cabendo esse encargo ao Novo Banco.

Esta posição foi transmitida à agência Lusa após Carlos César ter sido acusado pela maioria PSD/CDS de ter feito declarações "irresponsáveis" e "eleitoralistas" na RTP Informação, na segunda-feira, sobre a solução para os lesados pela aquisição de papel comercial do Banco Espírito Santo (BES).

Perante as críticas dos deputados Cecília Meireles (CDS) e de Carlos Abreu Amorim (PSD), o ex-presidente do Governo Regional dos Açores admitiu que poderá não ter explicitado bem o seu ponto de vista em matéria de lesados pela aquisição de papel comercial do BES.

"A questão é esta: O Estado não deve desresponsabilizar-se; o Estado tem a responsabilidade de proteger quem foi induzido em erro e não foi alertado", sustentou.


Para o presidente do PS, "o Estado não pode, por isso, libertar o Novo Banco desse encargo e deve obrigá-lo a cumprir na íntegra".

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