sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Diretor indigitado do SIS recusa dizer se é maçom ou não


Diretor indigitado do SIS recusa dizer se é maçom ou não
por J.P.H./V.M. in DN online

Adélio Neiva da Cruz, indigitado para dirigir o SIS, recusou hoje esclarecer se é ou não maçom, depois de expressamente questionado pela deputada do PSD Teresa Leal Coelho.
"Tenho obediência à Constituição da República Portuguesa, à lei, à ética e à minha consciência", afirmou Neiva da Cruz, quadro dos serviços de informações há 27 anos.
"Pertence a alguma sociedade secreta de natureza maçónica na qual haja dever de obediência" e se "essa pertença pode influenciar exercício das suas funções" ou "poderá em algum momento pôr em causa a prioridade do interesses público face a outras influências", questionou a deputada do PSD.
Antes de Neiva da Cruz responder, o PS veio em seu socorro, através de Jorge Lacão, que recordou que as obrigações de transparência dos quadros dos serviços prevêem que os seus registos de interesses se mantenham confidenciais, à guarda do secretário-geral do Sistema de Informações da República.
Neiva da Cruz afirmou, na resposta à parlamentar social-democrata, que a lei já o obriga a "declarar eventuais conflitos de interesses", pelo que ter sido ingitado pelo primeiro-ministro significa que este não os detetou.
O diretor indigitado do SIS está a ser ouvido esta tarde numa reunião conjunta (e aberta aos jornalistas) das comissões parlamentares de Assuntos Constitucionais e de Defesa.
Neiva da Cruz acrescentou que existe "uma grande tranquilidade interna" nos serviços face às novas obrigações de transparência (declaração de todas as suas filiações) a que estão sujeitos os seus funcionários. Essa - acrescentou - era já uma prática interna e portanto as mudanças nas leis nada trouxerem de novo.
Teresa Leal Coelho insistiu, "em nome da transparência": "É maçom, pertence a alguma sociedade de natureza maçónica?"

Neiva da Cruz respondeu reafirmando o que tinha dito anteriormente: "Não me sinto condicionado por absolutamente nada". Também reconheceu ter sido "negativo" nos últimos anos o debate que associou a Maçonaria aos serviços secretos. A Maçonaria é "uma associação que nunca senti no meu percurso profissional", acrescentou.

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