segunda-feira, 21 de julho de 2014

Conflito em Gaza alastra a Paris Confrontos em Paris e arredores com cenas de guerrilha urbana, ataques a sinagogas, lojas e residências de judeus. Governo denuncia antissemitismo e proíbe manifestações pró-palestinianas. Israel-Gaza conflict: Fears that violence could transfer to French streets after night of protests / VIDEO RAW Pro Palestinian rally in Paris turns ugly protesters clash with po...

( ...) "Mas o Presidente, François Hollande, bem como o primeiro-ministro, Manuel Valls, consideram que elas favorecem o desenvolvimento do antissemitismo em França. Num discurso, este domingo, Valls denunciou o racismo anti-judeu, dizendo que ele se esconde atrás do antissionismo. "Voltam a ouvir-se nas ruas de Paris, como há mais de setenta anos, gritos como 'morte aos judeus', não podemos tolerar isso", explicou pelo seu lado o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, justificando deste modo a proibição das manifestações."

Conflito em Gaza alastra a Paris
Confrontos em Paris e arredores com cenas de guerrilha urbana, ataques a sinagogas, lojas e residências de judeus. Governo denuncia antissemitismo e proíbe manifestações pró-palestinianas.

Daniel Ribeiro, correspondente em Paris |
8:20 Segunda feira, 21 de julho de 2014 in EXPRESSO online

Mais de quatro dezenas de manifestantes foram presos durante os violentos confrontos deste fim de semana em Paris
A invasão israelita de Gaza contagiou algumas zonas de Paris e dos subúrbios, onde se verificaram confrontos durante várias horas este fim de semana no decorrer de manifestações pró-palestinianas que tinham sido previamente proibidas pelas autoridades.

No interior da capital francesa, em dois quarteirões de Barbès, no bairro número 18, onde reside uma elevada percentagem de muçulmanos, viveram-se cenas de autêntica guerrilha urbana no passado sábado que fizeram vários feridos, entre eles 17 agentes da polícia. Mais de quatro dezenas de manifestantes foram presos durante os violentos confrontos no decorrer dos quais foram incendiados e destruídos automóveis, estabelecimentos comerciais e diverso mobiliário urbano. Toda uma grande zona central de Barbès estava devastada no dia seguinte e sob forte vigilância policial, constatou o Expresso no local.

Ainda neste domingo, a agitação e os confrontos alastraram a algumas cidades da periferia, como Sarcelles, Garges e Clichy, onde as manifestações também tinham sido proibidas. Em Sarcelles os incidentes duraram cinco horas e a cidade foi literalmente ocupada pelas forças da ordem na noite de domingo para segunda-feira. Pelo menos duas sinagogas, uma nesta localidade e outra em Garges, igualmente localizada a norte de Paris, foram atacadas com cocktails-molotov. No decorrer dos incidentes, muito violentos e que envolveram por vezes grupos de jovens judeus e de muçulmanos foram destruídas e incendiadas farmácias, mercearias e lojas judias, bem como residências e prédios habitados por judeus.

"Morte aos judeus"

Desde há nove dias, quando uma manifestação pró-palestiniana degenerou em graves confrontos na zona da Bastilha, no centro de Paris, que o Governo socialista francês proibiu, na capital, a organização de desfiles e concentrações de solidariedade com Gaza.

As manifestações têm sido apoiadas por organizações da esquerda comunista e radical. Associações de direitos do Homem, partidos de esquerda e mesmo alguns socialistas criticaram a decisão do Governo de impedir as manifestações dizendo que, quando elas são permitidas em cidades da província, têm decorrido sem incidentes graves.

Mas o Presidente, François Hollande, bem como o primeiro-ministro, Manuel Valls, consideram que elas favorecem o desenvolvimento do antissemitismo em França. Num discurso, este domingo, Valls denunciou o racismo anti-judeu, dizendo que ele se esconde atrás do antissionismo. "Voltam a ouvir-se nas ruas de Paris, como há mais de setenta anos, gritos como 'morte aos judeus', não podemos tolerar isso", explicou pelo seu lado o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, justificando deste modo a proibição das manifestações.

Este governante referia-se aos incidentes na zona da Bastilha quando duas sinagogas estiveram cercadas por manifestantes que as pretendiam invadir. Nessa altura, designadamente em frente a uma sinagoga da conhecida rua de la Roquette, judeus foram atacados, injuriados e por vezes mesmo chamados de "porcos judeus".

No entanto, nas manifestações deste fim de semana ouviram-se sobretudo palavras de ordem como "Palestina livre", "Intifada parisiense", "Israel assassino" e "Gaza genocídio". Alguns dos jovens mais radicais tentaram atacar postos da polícia e, neste sábado, em Barbès, em Paris, foram incendiados e destruídos locais comerciais, todos propriedade de judeus, aos gritos de "morte a Israel".
                        
                    
Riot police held back a mob of youths who tried to attack two synagogues in the town of Sarcelles

  Israel-Gaza conflict: Fears that violence could transfer to French streets after night of protests 
 
 JOHN LICHFIELD  Author Biography  PARIS  Monday 21 July 2014
                       
Fears are growing that the Gaza conflict could transfer to the streets of France after Jewish-owned shops were burned and pillaged last night during a second violent pro-Palestinian demo in the space of two days.

Riot police held back a mob of youths who tried to attacks two synagogues in the town of Sarcelles in the northern Paris suburbs.

A pro-Gaza demonstration in a town with a large Jewish population began peacefully but degenerated into attacks on Jewish and Chaldean businesses and four hours of running battles between youths and police.



Several cars were burned. Three shops, including a Kosher grocery, were burned and pillaged. A railway station was severely damaged.

The interior minister, Bernard Cazeneve said today: “When you menace synagogues and when you burn a grocery because it is  Jewish-owned, you are committing anti-semitic acts…  That is intolerable. Protest against Israel is legitimate. Nothing can justify such violence.”

Thirty people were arrested and 18 policemen slightly injured when youths pelted police lines with stones and bottles. Another 18 youths were arrested in Sarcelles last night.

In both cases the violence came not from the main body of demonstrators but a large minority of youths of North African origin. With further pro-Palestinian demonstrations planed on Wednesday and next Saturday, the government fears that the “contagion” of violence could spread to other troubled, multi-racial French suburbs.

The Prime Minister, Manuel Valls, warned at the weekend that France faced “a new form of anti-semitism”, fomented by the hard left and by political activists like the comedian Dieudonne who blame “Jews” for all the world’s ills.



Opposition politicians accused the government of “inviting” the violence by banning both the Paris march and the demonstration in Sarcelles yesterday.

The ban, they said, had increased the risk of violence by attracting  “trouble-makers” who were only marginally interested in the Palestinian cause.  On the contrary, Mr Valls, said. The violence had justified the decision to ban the marches, which followed attacks on synagogues and cries “death to Jews” during a demonstration in Paris the previous weekend. 



The Prime Minister pointed out that pro-Palestinian and anti-Israeli demonstrations had been permitted in a half dozen other French cities at the weekend and had passed off without incident.

Roger Cuikerman, head of the French umbrella groups of Jewish organisations, CRIF, said there was a growing anxiety amongst French jews. Protest against Israeli government actions was one thing, he said. Attacks on Jews for being Jews were “deeply disturbing”.


“They are not screaming 'death to the Israelis' on the streets of Paris,” he said. “They are screaming ‘death to the Jews’. They are attacking synagogues which are places of prayer.”

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