terça-feira, 24 de junho de 2014

Caught on tape: In four-letter words, what senior EU politicians think of David Cameron. David Cameron agrava isolamento na UE no processo de nomeação de Juncker


Caught on tape: In four-letter words, what senior EU politicians think of David Cameron
David Cameron’s strategy on Europe was in disarray tonight as a leading politician in Poland, an ally of Britain, was secretly taped during an expletive-laden outburst accusing him of “incompetence” and appeasing Eurosceptics with “stupid propaganda”.


The astonishing attack emerged as Mr Cameron faced an embarrassing defeat in his lonely attempt to stop the veteran federalist Jean-Claude Juncker being chosen as the next president of the European Commission at a summit of EU leaders on Friday. The Prime Minister will warn them that Mr Juncker’s appointment would increase the chances of Britain voting to leave the EU in the 2017 in/out referendum he has promised.

Amid dismay in European capitals at Mr Cameron’s negotiating tactics, the Prime Minister looks set to be deserted by Germany, Italy, Sweden and the Netherlands, with which he hoped to gather enough votes to block Mr Juncker, the former Prime Minister of Luxembourg.

Mr Cameron can be sure of the backing of only one country – Hungary.

“He has lost a lot of friends and goodwill by being so bullish,” one Brussels insider said.

Downing Street talks between Mr Cameron and Herman Van Rompuy, who will chair the summit as President of the European Council, ended without agreement yesterday. No 10 described the meeting as “full and frank” – diplomatic code for a row.

Mr Cameron told Mr Van Rompuy he would go down fighting by forcing a vote at the summit, breaking with the tradition that the top Brussels job is decided by consensus.

A vote would force other leaders to say why they believe Mr Juncker is the right man for the job, flushing out what Britain claims are their private doubts about Mr Juncker.

Explosive leaks of what Polish politicians really think about Mr Cameron emerged when secretly taped recordings of their conversations this spring were passed to the Polish magazine Wprost.
Jacek Rostowski, Poland’s former Finance Minister, said: “[Cameron] thinks he’ll go renegotiate [EU rules on freedom of movement] and come back, no Polish government could agree to it. Except in return for a mountain of gold.”

Radoslaw Sikorski, the current Polish Foreign Minister, replied: “It’s either a very badly thought through move, or, not for the first time a kind of incompetence in European affairs. Remember? He f****d up the fiscal pact [which Mr Cameron vetoed in 2011 but failed to stop]. He f****d it up. Simple as that.

“He is not interested, he does not get it, he believes in the stupid propaganda, he stupidly tries to play the system... his whole strategy of feeding [his Eurosceptic critics] scraps in order to satisfy them is just as I predicted, turning against him; he should have said, ‘f*** off’, tried to convince people and isolate [the sceptics]. But he ceded the field to those that are now embarrassing him.”

Mr Sikorski, a contemporary of Mr Cameron at Oxford University and member of the hell-raising Bullingdon Club at the same time as Boris Johnson, added: “They’ve f****d up Eastern Europe and a few other things. ‘If Europe doesn’t reform, it’ll end badly!’ Let them worry about their economy. If they don’t reorganise themselves, they’ll have as bad an economy as Germany.”

Mr Rostowski, another Anglophile, said the impact of Britain leaving the EU “will generally be bad for us, because we would like for Great Britain to stay. I think it’ll be the case that [Mr Cameron] will lose the elections. Great Britain will leave. Once they do, they’ll keep open borders. Not for [gypsy] beggars.”

Mr Cameron’s clampdown on “benefit tourism” by EU migrants in Britain played badly in Poland.

Pawel Gras, then media spokesman for Donald Tusk, the Prime Minister, said this was “thoughtless, probably suggested by [some spin doctor], probably came from some focus group, he didn’t think through the consequences, the whole thing was stupid, Donald [Tusk] called him at once to discuss it, he had such a go at him [Mr Cameron], I mean, f***, it’s a shame we didn’t record it, he had a such a proper f****** go at him”.

Responding to the leaks, Downing Street said: “The Prime Minister has been very clear that support for the EU in the UK is wafer thin. There is real disillusionment amongst British voters about the EU.


“Clearly abuse of the right to free movement is one of those issues where people have concerns and where we think it is absolutely right to have a discussion and look at what can be done.”

David Cameron agrava isolamento na UE no processo de nomeação de Juncker
ISABEL ARRIAGA E CUNHA (Bruxelas) 25/06/2014 - PÚBLICO
O primeiro-ministro britânico, a par de Viktor Orban, é o único dos 28 que continua a recusar o nome do luxemburguês para a Comissão Europeia.

Um confronto sobre diferentes visões da construção europeia e sobre as políticas de austeridade impostas durante a crise do euro está a ser travado no contexto da nomeação de Jean-Claude Juncker para suceder a Durão Barroso, o que promete tornar uma cimeira de líderes da União Europeia (UE) na quinta e sexta-feira numa dura batalha de sérias consequências.

David Cameron, primeiro-ministro britânico, é o único dos 28 chefes de Estado ou de governo da UE – porventura com o apoio do seu homólogo húngaro,Viktor Orban – que se opõe terminantemente à nomeação do ex-primeiro-ministro luxemburguês enquanto novo presidente da Comissão Europeia a partir de 1 de Novembro.

Embora em minoria, e sem qualquer capacidade de vetar a nomeação – a decisão pode ser tomada por maioria qualificada –, Cameron tem recusado todas as tentativas desenvolvidas pelos parceiros para construir um compromisso capaz de lhe salvar a face.

Uma destas tentativas consistiu na incorporação de algumas das ideias britânicas de reforma das políticas europeias nas linhas de orientação para o próximo mandato de cinco anos da Comissão, que deverão ser igualmente aprovadas pelos líderes na sexta-feira.

Cameron, cuja oposição é determinada sobretudo pela convicção de que Juncker é excessivamente federalista, tem sido duramente criticado pela imprensa britânica eurocéptica, que troça do seu isolamento e mais que previsível derrota em Bruxelas.

O chefe do Governo britânico tem mesmo ameaçado exigir uma votação dos líderes, uma situação totalmente inédita nas cimeiras europeias – onde as decisões são sempre tomadas por consenso –, de modo a poder apontar responsabilidades pelo que considera uma escolha desastrosa de um “homem do passado”.

Segundo vários analistas, Cameron esperará aparecer à sua opinião pública em posição de força enquanto homem de convicções, mas poderá, acima de tudo, provocar um agravamento do eurocepticismo nacional e precipitar, em consequência, a saída do país da UE. O líder britânico prometeu, aliás, um referendo sobre a questão o mais tardar em 2017, altura em que espera ter renegociado os termos da participação do país na UE. Nenhum dos parceiros está aberto a esta renegociação, uma posição que tenderá a ser agravada com a postura de Cameron face a Juncker.

O seu isolamento entre os 28 tornou-se, aliás, patente com a recente revelação de escutas ilegais do ministro dos Negócios Estrangeiros da Polónia, Radoslaw Sikorski – um dos principais aliados de Londres –, pouco lisonjeiras para o chefe do Governo britânico, que é acusado de incompetência e de agravar o eurocepticismo britânico por se recusar a combatê-lo.

Além do “problema Cameron”, a nomeação de Juncker tem em pano de fundo outra batalha, desta vez iniciada pelos líderes socialistas, que querem condicionar o seu apoio ao luxemburguês a uma flexibilização da interpretação das regras europeias de disciplina orçamental (expressas no pacto de estabilidade e crescimento do euro, ou PEC). Nesta frente, a batalha é conduzida pelo primeiro- ministro italiano, Matteo Renzi, com o apoio do Presidente francês, François Hollande, e para grande irritação da Alemanha, que recusa terminantemente qualquer alteração das regras.

A posição dos socialistas é mais táctica do que ideológica, já que Juncker – oficialmente o candidato do centro-direita (PPE), que ganhou as eleições europeias de Maio – é considerado “o mais social-democrata dos democratas-cristãos” e não gera anticorpos à esquerda. Ontem, no Parlamento italiano, Renzi garantiu que não quer alterar qualquer regra, mas simplesmente a sua aplicação de forma flexível, de modo a permitir que os governos disponham de mais tempo para reduzir os défices orçamentais em troca da assunção de programas firmes de reformas estruturais das respectivas economias.


Esta flexibilização impõe-se porque “o tratado [da UE] obriga-nos a olhar para o crescimento [económico] e para a estabilidade [orçamental] como elementos que devem andar a par e passo. Não há estabilidade possível, se não houver crescimento na Europa, e as políticas [de austeridade] dos últimos anos têm falhado por causa disso”, vincou.

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