sábado, 17 de maio de 2014

Mercado da Ribeira tem cara nova. Como se recupera um mercado?


Primeira revista para "ler, comer e beber" abre 3 mil metros quadrados de restauração e produtos nacionais. Não faltam chefs premiados
Mercado da Ribeira tem cara nova
14/05/2014 | 14:56 | Dinheiro Vivo
Chamam-lhe a primeira revista para ler, comer e beber. A partir do próximo domingo vai ter mais uma opção para ocupar o fim-de-semana. O novo Mercado da Ribeira, projeto nas mãos da revista Time Out, reabre ao público com 30 espaços de restauração e bebidas e cerca de 750 lugares sentados (500 de área coberta e 250 de esplanada).

A primeira fase de revitalização do mercado, no Cais do Sodré, em Lisboa, termina já esta semana e inaugura uma parte do projeto, um investimento de 5 milhões de euros e que levará à criação de mais de 300 postos de trabalho diretos. A revitalização do Mercado da Ribeira teve como objetivo fundir as atividades mais tradicionais com projetos gastronómicos, culturais, de comércio e lazer completamente diferentes. 
O rés-do-chão do mercado transforma-se numa praça de restauração com cerca de 3000 metros quadrados e que contará com restaurantes, chefs e produtos nacionais. "Numa altura em que a aposta dos meios é totalmente virada para as novas tecnologias, a Time Out decide criar um desafio de se transformar num espaço e deixar de ser só uma marca de culto em papel. Este projeto é único também para o Grupo Time out Internacional, que apoiou fortemente a ideia", explica João Cepeda, diretor da revista, em comunicado. 
Entre as marcas presentes estarão, por exemplo, a Sumol/Compal, Delta, Unicer (a Super Bock inaugura um novo conceito de experiência), Cozinha da Felicidade, João Portugal Ramos, Pizza a Pezzi, Honorato, Confraria, Arcádia, O Meu Amor é Verde e Santini, entre outras, e também projetos dos chefs Vítor Claro, Marlene Vieira, Henrique Sá Pessoa, Alexandre Silva e Miguel Castro e Silva. Dieter Koschina, estrela Michelin do premiado Vila Joya, estreia-se em Lisboa com um restaurante no mercado, assim como o Café de São Bento, que também inaugura um novo espaço na Ribeira.
O Mercado estará aberto de domingo a quarta, das 10h às 00h, e de quinta a sábado, das 10h às 2h. No primeiro domingo, a Ribeira abre às 12h.

Como se recupera um mercado?
Por Mariana de Araújo Barbosa in Dinheiro Vivo online
Desde novembro do ano passado que, todos os sábados, cerca de 8 mil pessoas passam pelo Mercado de Campo de Ourique. O negócio do mercado, construído em 1934, foi decaindo à medida que, no bairro, eram inaugurados supermercados.
No ano passado, depois de a Câmara Municipal de Lisboa ter aberto o concurso público da concessão do mercado e, na sequência da apresentação de um único projeto, o Mercado de Campo de Ourique voltou a ser inaugurado. Desta vez, a gestão camarária foi substituída pela equipa da MCO, uma empresa constituída por Diogo Sousa Coutinho, fundador do Noobai, e pelos sócios da Prego Gourmet.
As vendedoras de fruta elogiam o esforço e confessam que há não viam tanto movimento há muitos anos. A popularidade do mercado reflete-se nas vendas diárias e no próprio bairro. Para repensar o mercado, foi criada uma zona central de alimentação rodeada de 18 bares e restaurantes. Na zona lateral, mantêm-se as vendedoras de fruta e de legumes, as floristas, o talho e a peixaria e ainda algumas empresas de venda de produtos gourmet.
O projeto de Campo de Ourique faz parte do plano de requalificação dos mercados de Lisboa, que inclui também o da Ribeira, cuja abertura ao público está marcada para o próximo domingo, em Lisboa.
"Na altura surgiram várias ideias, os dois mercados foram a concurso público e, desde o princípio, quisemos que a gestão de cada um ficasse com apenas uma empresa", explica José Sá Fernandes, vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro dos dois mercados.
A vontade de querer manter os comerciantes tradicionais que já trabalhavam no mercado, a variedade de restaurantes e bares e a manutenção do espaço de acordo com a traça original foram as características essenciais que contribuem para o sucesso dos dois projetos.

"Libertaram-se espaços vazios e transformou-se o mercado num sítio de encontro, além de manter a sua função comercial. Os mercados são sistemas em movimento constante. Vão mudando e têm capacidade de se adaptar às novas necessidades.", reforça.

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