terça-feira, 14 de janeiro de 2014

"Restaurante da Mealhada que se sente roubado pelo Governo cobra refeições a mais ao CDS".

‘Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão’
“O ditado tem um significado literal, pois com ele se alega que uma pessoa que expropria outra de objectos por esta roubados deve ser ilibada da sua culpa, por ter praticado um acto que acaba por ser (ainda que perversamente) justo.”

"E o relato prossegue: “A justificação do responsável pelo restaurante foi a seguinte: tendo-se ele apercebido que eram do CDS e, como tal, apoiantes do governo - e aqui cito ipsis verbi as palavras proferidas –‘desse governo que nos rouba, então para me defender eu também os roubo a vocês’!!!”

Solicitado o livro de reclamações o mesmo não foi facultado, a quantia cobrada a mais não foi devolvida, pelo que irá aquele grupo de algarvios apresentar queixa na justiça, refere o “post” no Facebook."
"Restaurante da Mealhada que se sente roubado pelo Governo cobra refeições a mais ao CDS"
14 Janeiro 2014, 01:33 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

“Os delegados do CDS Algarve ao Congresso foram assaltados num conhecido restaurante localizado na Mealhada”. É desta forma que começa um “post” publicado na página de Facebook do CDS Algarve, onde se explica que, numa pausa para comerem, após o Congresso do Partido, os congressistas algarvios tiveram de pagar 19 refeições quando só tinham consumido 15.
Numa publicação feita esta segunda-feira na sua página da rede social Facebook, o CDS Algarve explica o que aconteceu: “Contamos em duas linhas a mirabolante aventura que alguns congressistas sofreram ontem, domingo, no seu regresso ao Algarve”.

“Atraídos pela famosa boa gastronomia e normal hospitalidade da Mealhada, resolveu um grupo de 15 congressistas parar num conhecido restaurante daquela localidade para degustar o famoso pitéu convivendo desta forma antes da longa viagem até suas casas. O leitão veio a contento dos comensais, a vitória do Benfica ajudou à festa, e no final, apresentada a conta, que apesar de ser considerada exagerada, foi paga”.

Até aqui, tudo parecia “normal”. No entanto, “já no exterior do restaurante, e apercebendo-se de serem apenas 15 e que a conta que tinham acabado de pagar contabilizava 19 refeições, tentou um dos membros do grupo esclarecer o erro e que o mesmo fosse corrigido pelo restaurante”. Nada feito.

E o relato prossegue: “A justificação do responsável pelo restaurante foi a seguinte: tendo-se ele apercebido que eram do CDS e, como tal, apoiantes do governo - e aqui cito ipsis verbi as palavras proferidas –‘desse governo que nos rouba, então para me defender eu também os roubo a vocês’!!!”

Solicitado o livro de reclamações o mesmo não foi facultado, a quantia cobrada a mais não foi devolvida, pelo que irá aquele grupo de algarvios apresentar queixa na justiça, refere o “post” no Facebook.


“Entretanto aqui fica o alerta: se forem à Mealhada, das duas uma: ou não dizem que são do CDS, ou então escolham outro restaurante. Na META DOS LADRÕES não são bem-vindos”, conclui.

Num comentário no Facebook, um apoiante escreveu que o estabelecimento merecia que “um grupo de 100 pessoas lá fosse e saísse sem pagar”. “Como sou do CDS e um grupo de pessoas do meu partido foi roubado, também me acho no direito de ‘roubar’ a quem nos roubou...”, propõe este apoiante.

CDS acusa restaurante de aumentar a conta por se sentir “roubado” pelo Governo
Responsáveis do estabelecimento da Bairrada negam factos, mas não dão explicações. Partido queixa-se à ASAE
Maria Lopes in Público

Um grupo de 15 delegados do CDSAlgarve ao congresso do partido, que se realizou no fim-de-semana em Oliveira do Bairro, acusa um restaurante da Mealhada de os ter “assaltado” por lhes ter inflacionado a conta e diz que o responsável do restaurante justificou a sua actuação com o facto de apoiarem o Governo que rouba os comerciantes. O caso já foi alvo de uma queixa formal às “autoridades competentes” — ASAE, GNR e PSP —, diz quem gere a página do CDS-Algarve no Facebook, onde foi revelado o episódio que se passou no restaurante Meta dos Leitões.
O PÚBLICO contactou por diversas vezes o restaurante em causa, mas não conseguiu obter qualquer comentário ou explicação. À Lusa, um responsável do estabelecimento negou as acusações e limitou-se a dizer: “Isso é tudo uma pantominice. Isso é tudo falso.”
“Os delegados do CDS-Algarve ao congresso foram assaltados num conhecido restaurante localizado na Mealhada”, afirma aquela delegação do partido de Paulo Portas no Facebook, num texto publicado na segunda-feira de manhã intitulado A Meta dos Ladrões — Mealhada. A “mirabolante aventura” acontecera no domingo a um grupo de 15 congressistas algarvios, no regresso a casa. Pararam na Mealhada, para degustar o “famoso pitéu” da região no restaurante Meta dos Leitões, e depois de se regalarem com o leitão assado, que até estava “a contento dos comensais”, receberam a conta, que, “apesar de considerada exagerada, foi paga”.
Mas, já na rua, houve quem quisesse olhar com mais atenção para o papel e contar os itens impressos. Apesar de serem 15 pessoas, contabilizaram 19 refeições, e alguém voltou atrás para esclarecer as contas com quem estava ao balcão do restaurante. “A justificação do responsável pelo restaurante foi a seguinte: tendose ele apercebido que eram do CDS e como tal apoiantes do Governo, e aqui cito ipsis verbis as palavras proferidas, ‘desse Governo que nos rouba, então para me defender eu também vos roubo a vocês’!!!”, lê-se na descrição dos centristas. Apesar de ter sido pedido o livro de reclamações, o documento não apareceu e não houve ajuste de tesouraria, segundo o relato. Que deixa um conselho — aos centristas e não só: “Se forem à Mealhada, das duas uma: ou não dizem que são do CDS, ou então escolham outro restaurante. Na Meta dos Ladrões não são bem-vindos.”
Apesar de não ter conseguido obter um comentário do restaurante em causa, um empresário do mesmo ramo na Bairrada disse ao PÚBLICO que é possível que um grupo grande consuma mais doses do que o número de pessoas à mesa.
Já esta terça-feira, quem gere o espaço do CDS-Algarve naquela rede social, depois das dezenas de comentários tanto de apoio como de críticos na sua página e na do restaurante, veio esclarecer que denunciou a situação “indigna e vergonhosa” não por terem sido as vítimas, mas por considerarem que, “num Estado de direito, isto não pode voltar a acontecer”. E há também uma preocupação eleitoral que transparece neste segundo texto, em que os centristas frisam que “não generalizam esta atitude ao povo hospitaleiro da Mealhada, nem à generalidade dos estabelecimentos de restauração daquela localidade”. A concelhia do CDS-PP de Anadia já prometeu ir ao mesmo restaurante “manifestar o seu desagrado por esta situação lamentável”.

Num comentário no Facebook, um apoiante escreveu que o estabelecimento merecia que “um grupo de 100 pessoas lá fosse e saísse sem pagar”. “Como sou do CDS e um grupo de pessoas do meu partido foi roubado, também me acho no direito de ‘roubar’ a quem nos roubou...”, propõe este apoiante.

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