quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Passos confirma que é recandidato à liderança do PSD e desvaloriza nova plataforma no partido


Passos confirma que é recandidato à liderança do PSD e desvaloriza nova plataforma no partido

Líder social-democrata diz regozijar-se com iniciativas como a plataforma "Uma Agenda Para Portugal", lançada esta quarta-feira no Porto. Já Teresa Leal Coelho avisou que quem quer ter poder no PSD tem de ser eleito.
Pedro Passos Coelho confirmou esta quarta-feira que é novamente candidato à liderança do PSD, apesar de garantir que não pensa ficar "eternamente" à frente do partido.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas, no final de uma sessão evocativa de Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, no Parlamento. "Não vou ficar eternamente à frente do PSD. Acho bem que se pense na liderança do partido, vou apresentar a recandidatura a breve prazo", disse Passos Coelho, depois de questionado sobre as intenções dos promotores de uma nova plataforma de debate político na área social-democrata, "Uma Agenda para Portugal", quanto à substituição do actual presidente do PSD. A plataforma tem sido associada ao lançamento de Rui Rio, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto, para outros voos políticos, como a liderança do PSD ou uma candidatura presidencial.
O partido marcou eleições directas para a liderança no final de Janeiro de 2014 e agendou um congresso para Fevereiro do próximo ano. Passos Coelho é até agora o único candidato assumido a líder do PSD.
Confrontado com a apresentação da plataforma, o líder social-democrata disse saudar a iniciativa. "Só posso encarar com regozijo", afirmou, lembrando que ele próprio esteve associado a acções do género e referiu a Plataforma do Crescimento Sustentável, um fórum de debate promovido por Jorge Moreira da Silva, ministro do Ambiente e vice-presidente do PSD.
Já ao princípio da tarde, Teresa Leal Coelho reagiu de forma mais incisiva ao aparecimento da plataforma esta quarta-feira, no Porto. "Quem retira Passos Coelho da liderança do PSD são os eleitores do PSD, não são os barões do PSD", declarou a deputada e dirigente social-democrata aos jornalistas. "É muito legítimo que tenham anseios de ascender ao poder no PSD, mas para isso terão de ser eleitos", acrescentou.
A vice-presidente do PSD falava na Basílica da Estrela, em Lisboa, à margem de uma missa em memória do antigo primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro, do antigo ministro da Defesa Adelino Amaro da Costa e das outras vítimas da queda de um avião sobre Camarate no dia 4 de Dezembro de 1980.
Teresa Leal Coelho recusou, contudo, qualificar a referida plataforma como "uma traição" ao actual primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, considerando que a sua criação constitui "um acto de cultura democrática" e congratulando-se por haver cidadãos do PSD "disponíveis para dar um contributo".
No seu entender, "as alternativas são sempre bem-vindas" e é desejável que haja uma "viragem" e "um contributo" por parte de alguns sociais-democratas que "têm sido críticos".
Segundo um comunicado divulgado na terça-feira, a nova plataforma de debate político "Uma Agenda para Portugal" nasce a partir do grupo de reflexão "Fórum - Sociedade e Democracia" fundado em 2011 e tem como principais fundadores o ex-presidente Entidade Reguladora de Saúde Rui Nunes e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares.
O coordenador e porta-voz da Comissão Política Nacional do PSD, Marco António Costa, relatou que falou com António Tavares e que este lhe disse que a nova plataforma de debate político pretende "ajudar o Governo de Portugal na enorme tarefa que está a desempenhar".
Marco António Costa apontou como "fundamentais" todas as plataformas e grupos de reflexão. "É motivo de grande satisfação ver que o PSD é um partido tão rico", acrescentou.
A primeira conferência da plataforma "Uma Agenda para Portugal" vai realizar-se no dia 10 de Dezembro, num hotel de Lisboa, e terá como oradores José Pacheco Pereira e Rui Rio, entre outros.

Nesse mesmo dia reúne-se, num outro hotel de Lisboa, o Conselho Nacional do PSD, órgão máximo entre congressos, para aprovar o seguinte calendário eleitoral proposto pela direcção nacional social-democrata: directas para a liderança do partido a 25 de Janeiro e Congresso electivo nos dias 21, 22 e 23 de Fevereiro.

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