terça-feira, 3 de setembro de 2013

"Nenhuma autorização do Congresso protegerá Obama" se ataque correr mal.Obama hints at larger strategy to topple Assad in effort to win over Republicans / Guardian



"Nenhuma autorização do Congresso protegerá Obama" se ataque correr mal.



O Presidente quer "partilhar responsabilidade pelas consequências" de um ataque militar contra o regime de Damasco. Já tem o apoio de congressistas importantes, mas há incógnitas pela frente
Quando, há três dias, Obama anunciou que os Estados Unidos "deviam" realizar uma operação militar na Síria e, um minuto depois, disse que iria esperar que o Congresso lhe desse autorização para isso, ele não deixou de notar que tinha autoridade suficiente para avançar sem ter de pedir permissão a quem quer que fosse.
O gesto foi inesperado: por que é que o Presidente americano se colocou à mercê do mesmo órgão legislativo que se tem caracterizado pela sua feroz oposição e bloqueio de propostas vindas da Casa Branca? A imprensa americana desenterrou uma entrevista de 2007 em que o então candidato Barack Obama defendeu que nenhum Presidente americano deveria ordenar uma acção militar sem autorização do Congresso. Mas, em Maio de 2011, enquanto Presidente, ele autorizou uma campanha de raides aéreos contra o regime líbio sem passar pelo Congresso.
Nas suas declarações no sábado, Obama referiu-se à Constituição americana para justificar a sua decisão - segundo a Constituição, os poderes de guerra são divididos entre a presidência e o Congresso -, mas a derrota do primeiro-ministro David Cameron no Parlamento britânico, concordam os analistas, terá deixado Obama mais isolado - tão isolado, de facto, que se virou para um lugar de poucos amigos, o Congresso, mesmo contra a opinião da maioria dos seus conselheiros de segurança nacional.
E a experiência da Líbia pode ter servido de lição: a operação militar pode ter sido um êxito, mas depois do ataque de extremistas ao posto diplomático americano em Bengasi, Obama passou grande parte da campanha eleitoral de 2012 a defender-se de recriminações (e hoje o legado da Líbia na sua política externa é dominado por Bengasi, não pela intervenção militar e multilateral que derrubou Muammar Khadafi).
Ou seja, ao buscar a aprovação do Congresso, Obama espera "poder partilhar responsabilidade pelas consequências", diz ao PÚBLICO Andrew Bacevich, ex-coronel do exército americano e professor de Relações Internacionais da Universidade de Boston.
Bacevich considera que uma intervenção americana na Síria é uma "má ideia". "Nós não partimos para a guerra porque coisas más acontecem; nós partimos para a guerra porque o uso de força permite atingir alguns objectivos", diz, e a indicação de Obama, numa entrevista à PBS, de que uma operação militar seria "um tiro de aviso" é visto por Bacevich como "simplesmente um gesto sem particular consequência".
Obama disse ontem estar confiante de que o Congresso irá votar a favor de uma intervenção militar na Síria. Mas a sua decisão está a ser retratada pela imprensa americana como uma aposta arriscada, sem garantias de vitória para a Administração. Para ser aprovada, a resolução tem de receber a maioria de votos nas duas câmaras, Senado e Câmara dos Representantes. A segunda, dominada pela oposição republicana, incluindo um número considerável de conservadores identificados com o Tea Party que já mostraram que não seguem necessariamente a orientação de voto do seu partido, vai ser a mais difícil de persuadir.
Até mesmo congressistas que apoiam a decisão de intervir na Síria não escondem o seu cepticismo. Não ajuda que o timing do debate parlamentar coincida com a ameaça latente de mais um duelo entre Congresso e Casa Branca sobre o orçamento do Governo e o aumento do limite da dívida americana, cujo deadline é o final deste mês.
O debate só deve começar a 9 de Setembro, quando os congressistas voltarem de férias, mas desde o fim-de-semana que a Casa Branca começou uma campanha a que chamou "flood the zone" (uma "enchente") para persuadir os membros do Congresso. Obama reuniu-se ontem de manhã com um grupo de 16 congressistas democratas e republicanos ("Isto não é o Iraque nem é o Afeganistão", disse, momentos antes do encontro na Casa Branca, onde terá recebido o apoio dos líderes republicanos John Boehner e Eric Cantor). Na véspera, o Presidente tinha recebido John McCain e Lindsey Graham, dois senadores identificados com a ala intervencionista republicana, considerados cruciais para recolher votos no seu partido e a quem deu garantias de que embora o ataque seja limitado existe uma estratégia da Casa Branca para apoiar os rebeldes com o objectivo de derrubar Assad. À saída, McCain disse que o debate com o Presidente na Sala Oval tinha sido "encorajador" e instou o Congresso a apoiar a intervenção na Síria, notando que um veto seria "catastrófico" para a América e para a sua credibilidade internacional.
Obama a caminho da Europa
O facto de o Congresso só reabrir na próxima segunda-feira e os seus membros não estarem a ser chamados de volta a Washington antes do final das suas férias pode sugerir que a urgência não é elevada. Mas Obama começa hoje uma visita oficial à Suécia e irá participar na cimeira do G-20 em S. Petersburgo, onde estará até sexta-feira. Como nota James Lindsay, vice-presidente do Council on Foreign Relations, não faria sentido o Presidente "convocar o Congresso e depois partir para o estrangeiro". E, ao longo desta semana, as rondas de briefings e audições de membros da administração no Capitólio não acabam.
Obama terá de garantir uma maioria de apoiantes do seu próprio partido, mesmo que este seja um daqueles raros momentos em que as divisões políticas não são definidas por linhas partidárias (nos últimos dias, a decisão de Obama de procurar o consentimento do Congresso foi elogiada por muitos republicanos). "Ele terá de puxar as cordas da lealdade partidária com força", diz ao PÚBLICO James Lindsay. "De modo a que mesmo os democratas que não gostam da ideia decidam que é melhor votar a favor da operação do que infligir uma pesada derrota política ao Presidente do seu partido."
Parte da estratégia que a Casa Branca está a usar para consolidar o apoio dos congressistas é sublinhar que o que está em causa é maior do que a Síria e que a ausência de uma retaliação contra Assad pode encorajar inimigos de Israel, como o Irão e o Hezbollah. "Não creio que eles quererão pôr Israel em risco com o seu voto", insinuou o secretário de Estado John Kerry no domingo.
Segundo Andrew Bacevich, o debate no Congresso será "mais divertido do que instrutivo". Ele prevê que os congressistas farão tudo para "encontrar uma maneira de minimizar a responsabilidade que o Presidente está a tentar colocar sobre os ombros". "Eles não querem ser responsáveis. Eles querem ter a possibilidade de descartar-se e poderem criticar." Talvez isso signifique, como no caso da guerra do Iraque, "dar plenos poderes ao Presidente para fazer o que bem entender", um "cheque em branco".
"Nenhuma autorização do Congresso protegerá o Presidente se a intervenção militar não correr bem", diz James Lindsay. "Basta ver o que aconteceu com George W. Bush: a autorização para a guerra do Iraque foi aprovada de forma esmagadora nas duas câmaras. Mas, quando as coisas começaram a correr mal, as críticas no Congresso começaram a crescer. Quando chegámos a 2006, vimos o que foi quase o início de um motim, com democratas mas também muitos republicanos descontentes com o que se estava a passar", nota.
"Ponhamos as coisas assim: os membros do Congresso reservam-se o direito de mudar de ideias. E mudam."

Obama hints at larger strategy to topple Assad in effort to win over Republicans

President suggests strikes could lead to longer-term mission as tough White House rhetoric begins to win over Republicans

Dan Roberts and Spencer Ackerman in Washington






Obama hints at larger strategy to topple Assad in effort to win over Republicans
President suggests strikes could lead to longer-term mission as tough White House rhetoric begins to win over Republicans

Dan Roberts and Spencer Ackerman in Washington

Barack Obama portrayed his plans for US military action in Syria as part of a broader strategy to topple Bashar al-Assad, as tougher White House rhetoric began to win over sceptical Republicans in Congress on Tuesday.

While stressing that Washington's primary goal remained "limited and proportional" attacks, to degrade Syria's chemical weapons capabilities and deter their future use, the president hinted at a broader long-term mission that may ultimately bring about a change of regime.

"It also fits into a broader strategy that can bring about over time the kind of strengthening of the opposition and the diplomatic, economic and political pressure required – so that ultimately we have a transition that can bring peace and stability, not only to Syria but to the region," he told senior members of Congress at a White House meeting on Tuesday.

Obama has long spoken of the US desire to see Assad step down, but this is the first time he has linked that policy objective to his threatened military strikes against Syria. It follows pressure on Monday, from senators John McCain and Lindsey Graham, to make such a goal more explicit.

The apparent change of emphasis appeared to resolve some of the political deadlock on Capitol Hill on Tuesday, as House speaker John Boehner and a series of other Republican leaders announced that they would back the president's call for military authorisation from Congress.

There was more good news for Obama when secretary of state John Kerry and defence secretary Chuck Hagel got a relatively easy ride when they testified later to the Senate foreign relations committee, convened in special session to discuss the issue of military authorisation.

The endorsement of GOP leaders could be important in winning over the Republican-controlled House, where Obama has failed to win any support since his re-election in November. But even the Republican leadership has struggled to control Tea Party radicals in the House, and an anti-interventionist wing in the Senate led by Rand Paul remains a substantial challenge for the White House.

"I'm going to support the president's call for action, and I believe my colleagues should support the president's call for action," Boehner said after meeting the president at the White House. "The use of these weapons has to be responded to, and only the United States has the capability and the capacity to stop Assad and to warn others around the world that this type of behaviour is not to be tolerated."

So far, the tougher US rhetoric does not seem to have deterred Democrats who back the president's call for military action on humanitarian grounds. Emerging from the White House meeting shortly after Boehner, House minority leader Nancy Pelosi said Syria's alleged used of chemical weapons was "outside the circle of acceptable human behaviour", but said she would not whip Democrats into voting yes.

"I don't think congressional authorisation is necessary, but I do think it is a good thing, and I think we can achieve it," she added.

For nearly three hours at a the Senate hearing later, the only voices speaking against intervention were those of anti-war campaigners who were repeatedly ejected from the hearing by security staff.

When senators Rand Paul and Tom Udall eventually began more hostile questioning of Kerry, he brushed it off by asking them to consider what Syria's response might be to a US decision not to strike. "I guarantee you there would be further chemical attacks," Kerry told Paul.

The administration also received crucial backing from the chairman of the joint chiefs of staff, General Martin Dempsey, who had recently been openly sceptical about the merits of US military intervention. Dempsey said the evidence of alleged Syrian chemical weapons use had changed his mind.
But Kerry was forced to backtrack after appearing to acknowledge that US ground troops could become involved under certain scenarios.

"In the event that Syria imploded, for instance, or in the event there was a threat of a chemical weapons cache falling into the hands of al-Nusra or someone else, and it was clearly in the interests of our allies, all of us, the British, the French and others, to prevent those weapons of mass destruction [falling into their hands]," Kerry said, "I don't want to take off the table an option that might or might not be available to be available to the president."

Five times in subsequent exchanges, the secretary insisted he had not meant to imply that "boots on the ground" was something actively planned by the administration.

He also faced hostile questioning from McCain, who asked why the administration was not going further in helping Syrian rebels overthrow Assad.

The committee chairman, Bob Menendez, said he and other senior Democrats had not quite finished redrafting the proposed White House authorisation for military force, but hoped to do so in time for the committee to begin "marking it up", or voting on specific amendments, following a further classified briefing on Wednesday morning. Full votes before the Senate and House are expected early next week.

In his televised remarks earlier, Obama repeated the US's conclusion that Syria was responsible for chemical attacks on its own citizens. "We have high confidence that Syria used, in an indiscriminate fashion, chemical weapons that killed thousands of people," he said. "That poses a serious national security threat to the United States and to the region and, as a consequence, Assad and Syria needs to be held accountable."

With the chances of successful votes in Congress next week looking a little stronger, Obama will now head to Europe in the hope of persuading more world leaders to back his strategy. He arrives in Sweden on Wednesday for a short visit before attending the G20 international summit in St Petersburg, where he will face a frosty reception from his Russian hosts.

President François Hollande of France called on Europe's leaders to unite over Syria, but hopes in Washington that Britain might hold a fresh parliamentary vote over joining military action were dashed on Monday, when prime minister David Cameron ruled out such a move.

The White House first announced that it would provide limited military support to Syrian rebel groups in June, but it has been criticised for dragging its heels over fears that arms might fall into the wrong hands.


The alleged chemical attacks by Assad forces now seem to have strengthened the hands of those in Washington who favour more direct assistance. The New York Times reported on Tuesday that CIA-trained rebels were now operating inside Syria.

Sem comentários: