quarta-feira, 22 de maio de 2013

Reabilitação do Mude deve custar cerca de dez milhões.

Edifício já foi a sede do antigo Banco Nacional Ultramarino

Reabilitação do Mude deve custar cerca de dez milhões.

Por Ana de Freitas in Público
22/05/2013

O projecto pretende colocar o museu em diálogo com a cidade, as universidades e as indústrias

O presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, adiantou ontem ao PÚBLICO que o custo da reabilitação do Museu do Design e da Moda (Mude) "rondará os dez milhões de euros".
O orçamento definitivo da intervenção só ficará definido depois da aprovação pelo executivo municipal, em Julho, do projecto de reabilitação. O plano foi ontem apresentado no auditório do museu, que está instalado num edifício da Rua Augusta que foi sede do antigo Banco Nacional Ultramarino.
"Dez milhões é o tecto que temos, mas convém referir que estamos a falar de uma intervenção num edifício que tem 15 mil metros quadrados", sublinhou a directora do museu, Bárbara Coutinho.
A apresentação do projecto coincidiu com o quarto aniversário do Mude. Bárbara Coutinho afirma que o plano de reabilitação procura ir ao encontro da identidade museológica da instituição: um espaço inclusivo, aberto à participação, onde os visitantes podem fazer as suas próprias leituras das peças. "O projecto de arquitectura consubstancia tudo isso, coloca tempos diferentes em presença, o antigo e o novo, a modernidade e a tradição", acrescenta.
O arquitecto municipal Luís Saraiva, responsável pelo projecto, explica que a estratégia de intervenção parte da leitura do edifício, respeitando os projectos anteriores dos arquitectos Cristino da Silva (1896-1976) e Tertuliano Marques (1883-1942). "No fundo, queremos fazer uma intervenção minimalista que enfatize a utilização dos espaços, mas sempre num cenário despojado", explicou.
O projecto visa também colocar o museu em diálogo com a área envolvente da Baixa. "Este edifício projecta-se para o exterior, dinamizando o espaço da rua e trazendo a rua para dentro", salientou Luís Saraiva, que está a coordenar o projecto desde 2010. Nesse sentido, aposta na melhoria dos acessos, com a criação de entradas nas ruas laterais, a juntar-se à principal da Rua da Augusta. "O espaço do piso térreo será uma loja e quanto mais aberto estiver mais permeável será", acrescenta Luís Saraiva.
O projecto de adaptação do edifício partiu dos arquitectos Ricardo Carvalho e Joana Vilhena, Alberto Caetano e Manuel Reis e só em 2010 ficou a cargo dos técnicos da câmara. "Nos tempos que correm é difícil concretizar projectos e, portanto, temos de ajustar o ritmo das nossas ambições às capacidades que temos", comenta o presidente da autarquia. "Hoje, felizmente, temos capacidade para executar a obra, capacidade que não tínhamos há quatro anos, quando pagámos o edifício", justifica António Costa, sublinhando a importância de o Mude ser uma plataforma de articulação entre as universidades e as indústrias.



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