sábado, 16 de fevereiro de 2013

Por causa de Miguel Relvas, Fernando Seara adiou anúncio de candidatura.12/12/2012



Por causa de Miguel Relvas, Fernando Seara adiou anúncio de candidatura
Ministro diz que fará campanha “de manhã à noite” pelo autarca
Por Luís Claro, publicado em 12 Dez 2012 in (Jornal) i online

PSD não quer ficar colado ao ministro e Marcelo Rebelo de Sousa classificou o apoio de Relvas como “um beijo da morte”

O pré-anúncio feito por Miguel Relvas de que o candidato do PSD a Lisboa será Fernando Seara já teve uma consequência interna: o adiamento da apresentação da candidatura dos sociais-democratas à câmara de capital.

Relvas antecipou-se e não só deu praticamente como certo que Seara seria candidato como se mostrou disponível para fazer campanha de “manhã à noite” ao lado do autarca de Sintra. O voluntarismo do ministro não agradou nem a Seara – que nunca assumiu publicamente que é candidato –, nem aos sociais--democratas que estão a conduzir este processo. A estratégia passa agora por controlar danos e colar o menos possível o lançamento do candidato em Lisboa às declarações de Relvas.

Certo é que Fernando Seara será o candidato do PSD, embora ainda não exista uma data definida para o apresentar. O sentimento de alguns sociais- -democratas ouvidos pelo i sobre a forma como este processo está a ser conduzido foi expresso de viva voz pelo ex-líder do partido Marcelo Rebelo de Sousa. “Qualquer apoio que o ministro Miguel Relvas dê a um candidato é um beijo da morte.”

Marcelo avisou que é preciso ter mais cuidado na forma como se apresentam os candidatos às autárquicas e garantiu que, “se há coisa que um candidato deve pedir, é que um membro do governo muito desgastado não apareça como maior patrono dessa candidatura”. “Isso retira votos”, avisou.

O sentimento de alguns sociais--democratas não é muito diferente. Perante a impopularidade do governo há quem avise que é preciso gerir as autárquicas com todas as cautelas, numa altura em que os portugueses estão descontentes com as pesadas medidas de austeridade e ainda mais vão estar em 2013 – ano de eleições no poder local. “O que parece é que todos querem ficar com o ónus do candidato em Lisboa, mas ninguém quer ficar com o ónus do resultado”, diz ao i um dirigente social--democrata, desagradado com a forma como o processo está a ser conduzido.

Em Lisboa, uma vitória do PSD – que deverá concorrer coligado com os centristas – é considerada muito difícil, já que do outro lado está António Costa. O presidente da Câmara de Lisboa não perdeu a oportunidade para colar o mais que conseguiu a candidatura de Seara ao ministro dos Assuntos Parlamentares. “Ficamos a conhecer a nova ambição do ministro Relvas: controlar a Câmara de Lisboa”, disse o socialista – que ainda não apresentou a sua recandidatura formalmente –, desafiando o ministro a “candidatar-se em vez de querer empurrar alguém que já se queria reformar das lides autárquicas”.

A campanha arrancou em Lisboa e Costa pediu ao adversário que ela “decorra com mais clareza do que aquela com que começou”.

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