segunda-feira, 30 de abril de 2012

Moradores do Cais do Sodré fartos de ruído e "actos de vandalismo". 14/01/2012



Funcionamento dos bares incomoda os vizinhos

Por Cláudia Sobral in Público

Grupo de residentes enviou abaixo-assinado à Câmara de Lisboa e à PSP pedindo uma "intervenção imediata"

Foi na véspera de Natal. Isabel Sá da Bandeira chegou ao carro, estacionado numa rua do Cais do Sodré, e percebeu que, durante a noite, um dos pneus tinha sido golpeado. Foi a segunda vez em dois anos. E tinham feito o mesmo a "mais uns dez". O barulho e os "actos de vandalismo" durante a noite são "crescentes" e estão a contribuir para a degradação da qualidade de vida dos residentes, queixa-se um grupo de moradores num abaixo-assinado enviado esta semana à Câmara de Lisboa e à PSP.

A situação tornou-se "insustentável" para quem vive na zona dos bares do Cais do Sodré, resumem na carta em que pedem uma "intervenção imediata e determinada", exigida pela "abrangência e dimensão dos problemas". E tudo piorou desde há meio ano para cá, contou ao PÚBLICO Isabel Sá da Bandeira.

Os mais de 200 moradores que assinaram o documento mostram-se contra "a abertura de novos estabelecimentos de diversão nocturna com horários alargados" e contra o alargamento do horário dos já existentes - alguns dos quais funcionam "até ao meio-dia". Dizem ainda discordar do recente encerramento ao trânsito de parte da Rua Nova do Carvalho, onde ficam os bares mais conhecidos da noite do Cais do Sodré.

À PSP pediram um reforço do policiamento daquelas ruas nas noites de quinta-feira a sábado, para "dissuadir" os frequentadores dos bares de "vandalizarem carros estacionados e fachadas de prédios privados", fazerem barulho durante a noite, urinarem na rua e de se "drogarem e fazerem sexo" à porta dos prédios".

"Tenho um vizinho que diz que já conhece os traficantes, porque eles vendem droga por baixo da janela dele", conta Isabel Sá da Bandeira, que garante que é "impossível imaginar" o que é viver na zona dos bares do Cais do Sodré e o estado em que estão as ruas no dia seguinte.

"No rés-do-chão do meu prédio já temos uma mangueira para limpar a rua de manhã", conta. E dá exemplos de alguns casos em que ela é necessária: "No domingo de manhã tinha preservativos usados à porta de casa, pendurados na grade da janela do prédio. As raparigas deixam papel higiénico e tampões entre os carros."

O PÚBLICO contactou a PSP e a Câmara de Lisboa, mas não obteve qualquer resposta em tempo útil.


Cabe a um Vereador conduzir os processos e as tendências, afim de lhes garantir um desenvolvimento equilibrado ... Isto exige serenidade objectiva, não repressora, mas também não explicitamente identificada, numa procura pessoal insegura de credenciais pseudo-progressistas e "modernaças" ... ou seja, num desiquilibrado e subjectivo, processo de afirmação individual ... à custa dos Lisboetas e da imagem da Cidade...
A "iniciativa explicita e identificada" da Rua Nova do Carvalho, transformou-se num efeito "boomerang" e o oposto da efectividade de gestão do Espaço Público.
Pois é ... "Zé" ... a Democracia Participativa é uma chatice ...
Estamos a criar um novo problema " Bairro Alto" com o apoio oficial da C.M.L. e do Vereador Sá Fernandes !?
Não foi a "festa" de inauguração um acto apressado,avulso, gratuito, oportunista e prematuro e que contribuiu para este desequilíbrio ...? ... além de ter constituído uma verdadeira operação de cosmética (abrilhantada com o rosa schocking ... além de desenquadrado, agora completamente nojento e decadente) para camuflar a ausência de uma verdadeira e equilibrada estratégia global para a Zona ?
Pois é ... 200 é demais para serem apelidados de "reaccionários" ou "caretas"...
Basta de "experimentar" ... com a vida dos outros ... Lisboa é Gente ?
As duas imagens foram acrescentadas ao artigo do Público ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.

Desejo tão antigo quanto adiado'. 13/01/2012




"Reabrir o Arco ao público é imperativo"

A subida pelo interior do Arco da Rua Augusta, que faz a ligação dos edifícios da Praça do Comércio, deveria permitir a sua fruição pública, dando acesso ao patamar do terraço com ampla visão sobre aquela praça e o Tejo e a Baixa pombalina. Isto mesmo foi dito ao PÚBLICO por João Soalheiro, em Março de 2010, considerando uma "acessibilidade para potenciar o turismo", e "imperativo pela devolução do monumento à cidade". Já em Outubro de 2007, por ocasião da apresentação da recuperação do mecanismo do relógio, com a presença da então ministra da Cultura Isabel Pires de Lima, foi admitida a intenção da sua abertura ao público, eventualmente com recurso a uma plataforma elevatória. Coladas ao Arco, do lado nascente, ficam as instalações do Supremo Tribunal de Justiça, que está a cuidar, às suas custas, da fachada exterior do imóvel. Os trabalhos em curso ocupam-se da remodelação e beneficiação dos vãos exteriores (varandins e janelas). Segundo o portal da contratação pública, aquelas obras foram adjudicadas por 49.820 euros. C.F.
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Pois .... Entretanto deixo-vos com a imagem da magnifica janela de alumínio instalada nessa altura, num Monumento desta importância ...
Boa ilustração da confusão de valores e referências que impera nos centros de decisão da Cultura e Património ...
Ah ... é verdade ... o Dr. Soalheiro também tinha prometido que o "escândalo" de atentado ao Património Nacional, verdadeiro e grave Vandalismo, que as "obras" no Portal Lateral da Sé constituíram ... também iria ser corrigido ... (?!?)
António Sérgio Rosa de Carvalho.

sábado, 28 de abril de 2012

Plano de Pormenor do Parque Mayer aprovado com recomendação do PSD. 11/01/2012



Por Marisa Soares in Público

O Plano de Pormenor do Parque Mayer (PPPM) foi ontem aprovado por maioria na Assembleia Municipal de Lisboa, a par com uma recomendação do PSD. Os sociais-democratas, que se abstiveram na votação, recomendaram à câmara que desenvolva as "acções necessárias" para que "no mais curto espaço de tempo" seja elaborado um "plano de pormenor de salvaguarda do Jardim Botânico", que não está incluído neste PPPM.
A proposta de plano, aprovada na câmara em Julho, teve os votos favoráveis do Partido Socialista, do Partido Comunista Português e de seis deputados independentes. Além do PSD, também o CDS e o Partido Ecologista Os Verdes se abstiveram. O Bloco de Esquerda, o Movimento Partido da Terra e o Partido Popular Monárquico votaram contra, com este último a anunciar que vai impugnar o documento.
A principal crítica apontada pelos deputados da oposição foi a inexistência de um programa de execução e de um plano de financiamento, obrigatórios por lei. A inexistência de um plano de salvaguarda do Jardim Botânico, para preservar este espaço classificado como monumento nacional, gerou a apreensão dos deputados, que aprovaram por maioria, apenas com a abstenção do PPM, a recomendação apresentada pelo PSD.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, sublinhou que o PPPM é um plano "atípico", para o qual não é possível definir antecipadamente os investimentos e as fontes de financiamento das obras previstas. "Estou perfeitamente descansado quanto à legalidade do plano. Se for preciso, o plano de salvaguarda para o Botânico ainda pode ser feito."
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"Estou perfeitamente descansado quanto à legalidade do plano. Se for preciso, o plano de salvaguarda para o Botânico ainda pode ser feito."

Pois ... os Lisboetas Não estão descansados …!!
Esta … do plano de Pormenor ainda pode ser feito … faz-me lembrar a ligeireza com que o Vereador continua a afirmar que a Baixa ainda pode ser Património Mundial, enquanto que o “fachadismo”está no seu mandato a destruí-la …
A imagem foi acrescentada ao artigo do Público … e ilustra o que nos espera na envolvente do parque Mayer e Jardim Botânico …
Mais uma vez … a Política falhou …
Pode ser “Legal” … mas efectivo e correcto … perante os verdadeiros interesses e necessidades de Lisboa … não é …
António Sérgio Rosa de Carvalho.

Reabilitação da Ribeira das Naus inclui construção de silo automóvel de três pisos. 11/01/2012



Neste espaço vai nascer um silo automóvel de três pisos
Por Ana Henriques in Público

Câmara de Lisboa diz que fica muito caro fazer o estacionamento enterrado que havia anunciado. E precisa de arranjar pelo menos 90 lugares de estacionamento para a Marinha


Destinado a aproximar Lisboa do Tejo, o projecto de requalificação da Ribeira das Naus passou a incluir a construção de um silo automóvel na zona central da frente ribeirinha.
A novidade foi divulgada ontem, na cerimónia de assinatura do auto de consignação das obras, que começam agora e se prolongarão pelo menos até ao fim do ano, numa primeira fase dos trabalhos. Se tudo correr bem, daqui a um ano vai ser possível passear à beira-rio entre o Terreiro do Paço e o Cais do Sodré.
A ideia é fazer avançar a margem para dentro do Tejo com plataformas de relva e de pedra. Também está prevista a criação de um lago no recinto da Marinha, que passará a estar aberto ao público, com os edifícios militares protegidos por um gradeamento amovível. Serão ainda postos à vista vestígios do antigo Arsenal da Ribeira das Naus.
"As duas fases do projecto representam um investimento de 10 milhões de euros, 6,5 milhões provenientes do Quadro Comunitário de Apoio e o restante de capital próprio da câmara", refere uma nota de imprensa da autarquia. Os responsáveis camarários invocam razões financeiras para terem substituído o inicialmente projectado estacionamento enterrado por um silo de três andares, entre o edifício da Marinha e a Rua do Arsenal. A zona é neste momento ocupada por um estacionamento térreo arborizado, por baixo do qual existem vestígios de um faustoso edifício do séc. XVI, o Palácio Corte Real - que deverão agora ser integrados no silo.
"O estacionamento enterrado [que estava previsto para um espaço fronteiro, junto ao Tejo] custaria dez milhões, e teria maiores custos de manutenção, enquanto o silo custa 4,5", explicou o vereador Manuel Salgado. O autarca refere-se ao silo como "uma hipótese", mas um dos arquitectos encarregues do projecto da Ribeira das Naus, João Gomes da Silva, mencionou-o durante a cerimónia como um facto assente. "Terá três andares de altura e capacidade para 300 automóveis", explicou Gomes da Silva aos jornalistas.
Já no Verão passado o presidente da câmara, António Costa, tinha admitido esta alteração: "É necessário concluir o parque urbano da Ribeira das Naus e para isso é preciso o estacionamento. Graças às condições financeiras vamos ter de ser poupados para fazer um parque à superfície e não enterrado". Ontem, o autarca não regateou elogios à Marinha, proprietária do espaço à beira-rio que vai abrir ao público. Segundo o porta-voz da Marinha, Santos Fernandes, no recinto que vai ser cedido havia espaço para 163 viaturas, parte das quais passará a ficar no novo silo. O protocolo para a requalificação da Ribeira das Naus, firmado entre a autarquia e os militares em 2010, estabelece "a cedência à Marinha, para sua utilização exclusiva, do parque de estacionamento do Largo do Corpo Santo", num total de pelo menos 90 lugares. Apesar de o silo anunciado ontem não ser o parque previsto no protocolo, o Estado-Maior da Armada garante que o acordo não foi nem vai ser revisto. A câmara não forneceu esclarecimentos sobre a matéria.
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É nítido que o EGO criador Arquitectónico e a necessidade de deixar “OBRA” marcante e assinada , custe o que custar à Cidade e e ao Erário Público, numa total ausência de elementar bom senso, continua a determinar as decisões do Vereador do Urbanismo.
Porque não, depois de tanto tempo de vergonhosa e decadente espera, simplesmente reconstituir e “cerzir”a passagem ajardinada beira-rio que existia ?
Mais construção Beira-Rio ( Silo 3 andares ) ?
Coerência...?!? ... perante afirmações anteriores, conforme o artigo seguinte do Público ilustra ...?!?
António Sérgio Rosa de Carvalho

Plataforma de cidadãos apela ao chumbo do Plano de Pormenor do Parque Mayer. 10/01/2012





Plano prevê mais de 30 mil metros quadrados de construção nova, o que é contestado pelas associações 
Por Marisa Soares in Público

Organizações que integram movimento em defesa do Jardim Botânico dizem que a proposta viola a Lei do Património e exigem uma "real revisão" do plano

A Plataforma Em Defesa da Missão do Jardim Botânico de Lisboa, que inclui 15 organizações, faz hoje um último apelo aos deputados da Assembleia Municipal para não aprovarem o Plano de Pormenor do Parque Mayer, que vai ser votado esta tarde. Num comunicado que vai enviar aos membros da assembleia, a plataforma critica o plano por ser "excessivo na construção nova" e "insuficiente na salvaguarda do Jardim Botânico", e exige que o documento seja refeito.

"O plano não cumpre a Lei do Património, que exige a criação de uma zona especial de protecção com 50 metros. As construções previstas distam apenas 1,2 metros da cerca do jardim", aponta Manuela Correia, presidente da Liga dos Amigos do Jardim Botânico, membro da plataforma.

O Plano de Pormenor para o Parque Mayer foi aprovado pela Câmara de Lisboa a 20 de Julho, com os votos favoráveis do PS e do PCP e a abstenção do CDS e do PSD. A votação na Assembleia Municipal tem vindo a ser adiada desde então por falta dos pareceres das comissões especializadas, entretanto concluídos.

O parecer da comissão de cultura é favorável e considera o plano "essencial" para a recuperação do Parque Mayer, do Jardim Botânico e da área envolvente. O documento elogia a intenção "notória" de criar equipamentos culturais naquele espaço e a preocupação com a recuperação dos logradouros.

Oposição mantém reservas

Por sua vez, a comissão de acompanhamento do Plano Director Municipal (PDM) aponta "várias incongruências" no reconhecimento do Jardim Botânico como Monumento Nacional e critica, entre outras falhas, a ausência de um plano de pormenor de salvaguarda, previsto na legislação. No parecer, a comissão critica também a inexistência de "soluções concretas" que garantam a sustentabilidade do Jardim Botânico. A falta de um programa de execução e de um plano de financiamento, obrigatórios por lei, é outro problema identificado.
E essa é também a principal crítica feita pelo PSD, que mantém reservas em relação à proposta. Embora considere que "as dúvidas e impasses" sobre o Parque Mayer se arrastam "há demasiado tempo", o deputado social-democrata António Prôa garante: "Não aprovaremos um plano ilegal."
Também o vereador do CDS António Carlos Monteiro tem "dúvidas" em relação à solução encontrada para aquela zona. O partido absteve-se, tal como o PSD, de votar o documento na reunião de câmara, por entender que as infra-estruturas previstas para o Parque Mayer "não foram devidamente enquadradas nas exigências do PDM", nomeadamente em relação ao estacionamento necessário. Apesar de terem sido introduzidas "melhorias" no plano, as dúvidas mantêm-se, diz o vereador.
As "modificações pontuais" ao plano e a realização de um estudo hidrogeológico são "insuficientes para fazer dele um bom plano de pormenor", considera a plataforma, que inclui a Associação Portuguesa dos Arquitectos Paisagistas. Em Novembro, esta associação criticou o que considera ser a "privatização parcial" do recinto do Parque Mayer, uma posição subscrita pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles.
Numa nota enviada à comunicação social, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, contrapôs que aquele espaço é do domínio privado municipal e que a proposta não faz referência ao estatuto da propriedade, nem define áreas para habitação.
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Subscrevo inteiramente as dúvidas, preocupações e exigências da Plataforma ...
Não se esqueçam do “Prenúncio” ... que o grave e não explicado caso do “Licenciamento” do Reclamo Luminoso do Hotel Vintage constituiu !
António Sérgio Rosa de Carvalho.

domingo, 22 de abril de 2012

Torre do Aleixo ... Imagens actualizadas da demolição ...16/12/2011


 "Às 11h45, ouviram-se vários estrondos, segundos depois jactos de água projectaram-se sobre o edifício e este partiu-se, rodando ligeiramente e tombando como o gigante de pedra que era."
in Público online



Pruitt-Igoe Sequence - "Trouble in Utopia" - Narrated by Robert Hughes [...

"Trouble in Utopia" Pruitt-Aleixo "The day Modernism died "? 16/12/2011


Myth of Pruitt-Igoe
Completed in 1954, the 33 11-story buildings of the Pruitt-Igoe housing development was built as an attempt to address the housing crisis the poor faced in St Louis, Missouri. Only twenty years later, at 3pm on the 16th of March, 1972, the buildings were leveled, declared unfit for habitation because of unsafe and unsanitary conditions, coupled with rampant crime. The story of Pruitt-Igoe is a tragic urban fable, a complicated and loaded story of ambition, hubris and failure.


Why the project failed is still a subject of debate. One popular notion is that Pruitt-Igoe was a failure of Modern architecture and the Modern ideal. Charles Jencks went as far as to say that the day that Pruitt-Igoe was torn down was “the day Modernism died.” Many go further, citing the Modernist style of Pruitt-Igoe as the direct cause of its failure.

( Editado por António Sérgio Rosa de Carvalho )





O fim do Aleixo começa hoje com a implosão de uma das torres do bairro sobre o Douro
Hoje, 150 quilos de explosivos começarão a alargar as vistas sobre o Douro.




Por Patrícia Carvalho in Público

Rebentamento dos 150 quilos de explosivos está previsto para o fim da manhã. No bairro quase todos querem assistir, mesmo com pena


Eram 15h quando, ontem, o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, abandonou a área vedada da torre 5, no Bairro do Aleixo. Foi uma visita "informal" para "se inteirar do andamento dos trabalhos preparatórios no local", explicou o gabinete de imprensa da autarquia. Hoje, se o vento deixar e nenhum imprevisto surgir, a torre vai desabar em segundos, transformando-se na imagem viva e sem sombra para qualquer dúvida de que o fim do bairro camarário chegou mesmo.
Rui Rio poderá assistir a tudo de um barco no rio Douro. Em 2008, o autarca admitia querer ter o bairro completamente demolido até 2013. A senhora que se segue é a torre 4, de onde já saíram entre um terço a metade dos moradores. Aida é uma das que já deixaram a torre 4. Está na Mouteira, um "sítio sossegado", para onde se mudou há cerca de mês e meio, depois de optar por uma das três alternativas apresentadas pela empresa municipal de habitação, a DomusSocial. "Estou bem lá, mas também estava bem aqui", diz. Sobre a operação montada para hoje tem alguma expectativa e garante que vai procurar o melhor ponto de observação possível para assistir à implosão. "Fico um bocadinho triste, já morava aqui há tanto tempo. Quando for a vez da minha [antiga torre] ir abaixo acho que até vou chorar", admite.
Os explosivos começaram ontem a ser colocados no edifício e entre as 8h30 e 10h30 de hoje toda a área dentro do perímetro de segurança deverá estar vazia de gente. As quatro torres que, espera-se, permanecerão de pé e sem danos provocados pela operação continuarão a contar a história turbulenta do Aleixo. Mas apenas a curto prazo.
O bairro, com vistas privilegiadas para o Douro começou a ser construído em 1974. Não foi criado para ser um bairro camarário, mas a partir de 1976 foi ocupado por população da zona da Ribeira Barredo. Pessoas que queriam regressar ao centro histórico, mas a quem nunca foi dada essa oportunidade. Ana Maria, de 72 anos, é uma das moradoras da zona que será obrigada a abandonar a sua casa, esta manhã, por questões de segurança. Quando regressar, a torre em frente à sua porta terá desaparecido, acordando velhas memórias. "Ainda me lembro de quando isto eram tudo campos para onde íamos brincar".
O fim do Aleixo, consumido por problemas ligados ao tráfico de droga desde a década de 1980, foi defendido, já em 2000, pelo então presidente de câmara do PS, Nuno Cardoso. Uma sugestão que lhe valeu fortes críticas, mas que defenderia, de novo, em Junho de 2001, explicando que o bairro "tem cerca de 30 anos e a habitação social em altura hoje em dia já não funciona".
Os custos elevados de manutenção dos edifícios - e dos elevadores - eram um dos argumentos do autarca, que desabafava: "Por muito que a câmara faça e invista nele, o Aleixo acaba por nunca estar em condições".
Rui Rio, em Julho de 2008, apresenta a proposta de criação de um fundo especial de investimento imobiliário (FEII) para realojar as cerca de 300 famílias e desenvolver um novo empreendimento.
Hoje, 150 quilos de explosivos começarão a alargar as vistas sobre o Douro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

E Você?.... Já Assinou? 15/12/2011



Figuras públicas assinam petição em defesa do património da cidade
Carrilho e Jorge Silva Melo assinam petição para salvar Cinema Odeon

Por Ana Henriques in Público

O ex-ministro da Cultura Manuel Maria Carrilho é um dos signatários de uma petição destinada a impedir a transformação do Cinema Odeon, em Lisboa, num recinto comercial.
A câmara emitiu recentemente um parecer prévio favorável sobre o projecto, que prevê a manutenção da fachada e de alguns elementos interiores considerados mais marcantes, como o tecto de madeira e o frontão do palco. No caso dos emblemáticos varandins metálicos rendilhados do edifício, a solução encontrada pela família proprietária do cinema passa pela construção de réplicas. A ideia é que no recinto funcionem várias lojas viradas para a cultura, como uma livraria de primeiras edições e uma loja de discos especializada em música contemporânea. Os planos aprovados pela câmara contemplam também uma sala de exposições, uma leiloeira de arte, uma enoteca e uma loja gourmet, além de um parque de estacionamento subterrâneo.
Os signatários da petição, que reúne nomes como Raquel Henriques da Silva, Jorge Silva Melo e o arquitecto José Manuel Fernandes, instam o Governo e a autarquia a encontrarem "uma solução para o Cinema Odeon que dignifique a cidade, o país e o património", em vez de aceitarem a transformação do recinto "em centro comercial e estacionamento". Se não for possível a manutenção do cinema, ao menos que não se destrua o miolo do edifício, pede-se na petição pública.

Câmara de Lisboa baixa expectativas sobre impacto de fundo imobiliário nas finanças. 13/12/2011



Por Ana Henriques in Público

Dos 218 milhões que António Costa prometeu que iria arrecadar este ano ainda não existe um cêntimo. Orçamento de 2012 baixa previsões para 91 milhões

Apresentado pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, como uma das formas de a autarquia endireitar as suas finanças, o Fundo de Investimento Imobiliário surge, no orçamento municipal do ano que vem, com a sua importância reduzida a menos de metade do anunciado para 2011.
Faz um ano que António Costa anunciou como iria reduzir, em 2011, e de forma significativa, o elevado passivo do município: antecipando a amortização de 318 milhões de euros da dívida de médio e longo prazo através de receitas de 218 milhões provenientes da criação do fundo imobiliário, a que se somariam mais 100 milhões provenientes da venda pela autarquia à EPAL da concessão da rede de saneamento que ainda está na posse do município. Acontece que nenhum destes negócios se concretizou. O orçamento da câmara para o ano que vem invoca a "forte contracção sentida no mercado imobiliário" para reduzir o fundo imobiliário a "cerca de 91 milhões de euros em unidades de participação".
Mantendo-se de pé o negócio com a EPAL, a autarquia prevê, com os dois negócios, reduzir 22 milhões no serviço da dívida de médio e longo prazo - um montante que fica muito longe dos 52 milhões anunciados por António Costa, em finais de 2010, no regulamento do Orçamento. Só a meio do ano o autarca admitiu que talvez não conseguisse lançar o fundo em 2011.
Segundo as estimativas do orçamento para o ano que vem, 18 milhões de euros foi tudo o que a Câmara de Lisboa conseguiu reduzir da sua dívida bancária de médio e longo prazo em 2011, apesar de ter sido inscrita uma soma de 164 milhões no orçamento de 2010. Apesar de todos os actuais constrangimentos financeiros, as grandes opções do plano 2012-2015 voltam a retomar o tema da criação de criação de uma rede de eléctricos rápidos: "A ligação da linha vermelha do metro e sua extensão com eléctrico rápido a Alcântara, Ajuda e Restelo e a linha de ligação dos Olivais, à Alta de Lisboa, Lumiar, Telheiras, Carnide e Benfica são as duas linhas prioritárias", refere o documento, no qual a câmara promete ainda "incentivar a recuperação progressiva das linhas de eléctrico históricas".
O município anuncia ainda "medidas dissuasoras da utilização do transporte individual, com destaque para a restrição à oferta de estacionamento em novos edifícios destinados a comércio, serviços e equipamentos".
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A imagem foi acrescentada de forma interpretativa ao artigo do Público.
António Sérgio Rosa de Carvalho

No clima a palavra que conta é adiar . Editorial do Público ... Hoje.12/12/2011




Tal como em Copenhaga, há dois anos, a cimeira de Durban voltou a adiar as decisões mais prementes

No dia 7 de Dezembro de 2009, fez agora dois anos, 56 jornais de 44 países (entre os quais o PÚBLICO) publicaram com grande destaque um editorial comum apelando a medidas de emergência nas questões climáticas. Começava, nesse dia, em Copenhaga, mais uma cimeira mundial sobre o clima, à qual era feito nesse texto o seguinte apelo: “Se não nos juntarmos para tomar uma acção decisiva, as alterações climáticas irão devastar o nosso planeta, e juntamente com ele a nossa prosperidade e a nossa segurança. Desde há uma geração que os perigos têm vindo a tornarse evidentes. Agora, os factos já começaram a falar por si próprios.” Pois à “terrível emergência” respondeu a cimeira com algumas boas intenções e mais um terrível adiamento. Adiamento esse que, passados dois anos, volta a ter em Durban... novo adiamento. Nas questões climáticas, as palavras têm sido muitas, as promessas idem, mas na prática o mundo assiste a adiamentos contínuos. Assinado em 1997, o protocolo de Quioto, que já era insuficiente quando entrou em vigor em 2005, foi prolongado primeiro para 2012 e agora para 2017, sem que um novo acordo, mais eficaz e adaptado às realidades de hoje, tenha surgido no horizonte a substituí-lo. Prevê-se agora que nenhum país, nem mesmo os mais pobres, terá direito a emitir gases de estufa; mas numa data a determinar. Dá-se finalmente sequência prática ao fundo de 100 mil milhões de dólares anuais para ajudar os países mais pobres a enfrentar os desafios do clima; mas não se diz onde se vai buscar o dinheiro. Uma cimeira penosa, com dois dias extra de discussão, voltou a adiar tudo. Para que outros decidam, no futuro. Assim haja futuro para tal suceder.
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Um Tema Universal e Decisivo para o Futuro ... de todas as cidades, de todo o Planeta.
António Sérgio Rosa de Carvalho.